sábado, 9 de julho de 2011

Alzheimer

Sem querer ferir susceptibilidades.


Mas há momentos na vida de uma pessoa em que se não padece de certas enfermidades, bem parece. Que dizer quando, por mais esforço que faça, não me consigo lembrar se tranquei ou não as portas do carro. Rais parta no carro, que é novo, mais valia que fosse o velho, pelo menos para efeitos de trancar de portas. Também me esqueço de lhe pôr certas mudanças, e lá vai ele por ali fora, zuuummm, mas eu que não lhe conheço os barulhos, acho que está tudo bem. Também tiro fotocópias que penso que não tirei, vou e tiro outra vez, ou melhor, tiro as de alguém (não faz mal, fica para as vezes que mas tiram a mim). Recebo papéis que não me lembro de ter recebido, e desencadeio verdadeiros incidentes diplomáticos porque as pessoas têm uma reputação a manter e não querem passar por incompetentes por minha causa (uiii que mauuuu). Procuro por canecas e copos de chá e leite de soja achocolatado pela casa fora, sem conseguir compreender que demónios lhes fiz, e cheia de vontade de acabar de beber a bebida, quando dou pela caneca/copo ou afim, alegremente pousado/a dentro do lava-loiças, totalmente vazia/o.  Também é interessante quando me ponho a falar para alguém, pensando que se trata de outra pessoa e esse alguém me diz "pois, isso que me dizes está tudo muito bem, mas eu não devo ser quem tu estás a pensar". É muuuito divertido, é diferente, é bom para quem não gosta de dias todos iguais. E depois é por aí fora, como a escova de dentes na cesta das escovas do cabelo e por aí fora. E ter numa mão um papel sujito de maquilage, e na outra um rolo inteirinho, e enfiar com o rolo inteirinho dentro da sanita, soltar um guincho e dizer "aaaiii... enganei-mee!!".


É a vida.

2 comentários:

mitro disse...

Consulta um médico quanto antes!

Porcelain disse...

Já consultei... :P Vê os posts mais à frente! :P