quinta-feira, 29 de março de 2012

Sweet tooth forever


Por que demónios serei eu tão gulosa. Eis a questão. Não compreendo por que motivo tem uma criatura de suportar tamanha cruz. Por que motivo tenho eu de optar entre fazer a vontade à alma e não conseguir passar nas portas. Não é justo, simplesmente não é. Mesmo assim, controlo-me tão bem. Tão bem, a não ser que me comprem coisas doces cá para casa. Aí começa o meu inferno. Anjos e demónios degladiam-se aos meus ouvidos. 

Demónio - "Vai lá... depois logo fazes dieta, é só mais este, não vai fazer mal, depois redimes-te..."

Anjo - "É sempre a mesma coisa; se abrires constantemente excepções não vais a lado nenhum. Fazes ideia do monte de calorias que tem aquilo que queres comer ?? Fazes ideia da quantidade de piscinas que tens de fazer para compensar? Do que tens de pedalar para queimar apenas uma parte?"

Segue-se um argumento que eu desconheço a quem pertence, que me diz que, ainda que eu consuma alguns doces, mesmo que o exercício físico não queime a totalidade das calorias, vai ajudar-me a conseguir mais massa muscular, o que, por sua vez, que vai acabar a acelerar-me o metabolismo. Talvez a voz do bom senso, a que procura o equilíbrio, mas na verdade acaba a veicular a posição dos demónios. Se tiver um chocolate em casa, a energia que dispendo para lhe resistir é tão grande, que ao comê-lo estou apenas a repôr calorias.

É irritante ter tendência para engordar!!

Pink flowers (days)


Há dias cor de rosa. Dias tranquilos, suaves, que passam por nós sem pesar. Dias em que, ao rodarmos o pescoço, a cervical não estala desalmadamente. São os dias de tons pastel, alguns conseguem mesmo ser cor de rosa e, em certas fases, chegam a ser uma raridade. Mas gosto tanto dos dias assim, que conseguiria viver a minha vida inteira nesses tons. Dias em que as crianças estão tranquilas, em que o trabalho rende e se cumpre com o programado; dias em que se janta fora e se vai ao cinema. Dias em que há tempo para dar um mergulho na piscina. São tão bons, os dias assim. 

Suavidade...





Sejas bem-vinda...

...but the truth is I hate you! Come back winter, you're the one I love! :P


sábado, 24 de março de 2012

Atacada por uma peça de tupperware (ou melhor, duas)

Nunca vi nada vir tão depressa na minha direcção. Foi quando abri a porta do armário da cozinha. E como se não bastasse, as duas foram alojar-se atrás da máquina de lavar roupa. Podia ser atrás da máquina de lavar louça, que é bem mais leve, mas não, foram alojar-se, precisamente, atrás da máquina de lavar roupa. Fui aconselhar-me e o conselho foi que, se a caixa fosse pequena, seria possível aspirá-la. Sim, porque vieram de lá tão depressa, que eu até pensei que era só uma. E fui buscar o aspirador. E nem assim ela (s) veio/vieram. Ora ficavam presas nos tubos da máquina, ora o raio que as partisse. Quando finalmente descobri que não era uma mas duas caixas e consegui realizar a dolorosa extracção, atirei com, pelo menos, uma das caixas, já não sei bem para onde. Chamei-lhes também muitos nomes, parecidos com aqueles que as pessoas chamam aos políticos. Ou seja, algo pouco abonatório em termos do curriculum vitae, pelo menos para quem anda a ver se junta um interessante crédito energético para poder conseguir do Universo bênçãos também interessantes. Cada maluco com a sua maluqueira.




Dá-me cá uns nervos...

... quando os amendoins já descascados caem e se misturam com as cascas, e eu tenho de andar à procura deles, cheia de vontade de os comer... :P


sábado, 17 de março de 2012

Canecas

I had a mug. My mug was striped. I had a beautiful striped mug. I don't have it anymore.


Todo o processo desde o momento em que me levanto até ao momento em que saio de casa de manhã, é uma absoluta aventura. Porque o Universo entende que quanto mais eu desejo sair a horas de casa, mais empecilhos interessantes me deve colocar no caminho. Que é para me fortalecer a paciência, diz ele; já eu acho que é para acabar com ela definitivamente. Enfim, pontos de vista. Um dia estava tudo a correr tão bem. Eu estava adiantada - algo provavelmente inédito até então. Estava claro que não poderia ficar por isso mesmo, eu deveria ter suspeitado. Até tinha deixado o leite (com chocolate, como é que havia de ser) preparado da véspera, na caneca, era mesmo só aquecer. E para não sair do quarto, usei um bico de fogão avulso, que eu para lá tenho, junto daquelas coisas que eu para lá tenho nem eu sei muito bem porquê, mas que às vezes podem dar jeito. Disse-me a minha mãe, na sabedoria das mães, que só se pode pôr pirex ou alumínio em cima daquilo. Tal como numa boca de fogão, mas eu achei que não. Ou melhor, nem me lembrou de tal recomendação. E foi assim que puz a minha linda caneca às riscas. Sim, na boca do leão, em contacto com o bico do fogão.

Era uma caneca às riscas igual a outra. Era uma caneca às riscas que eu tinha comprado num conjunto de duas, para oferecer a uma amiga no aniversário. Mas isto foi naqueles tempo em que tudo mudou. Hoje também muda, mas já nem eu quero que mude tanto tudo, como mudou naquela altura. Se calhar nem mudou tanto, só que parecia que sim, porque até aí as coisas não costumavam mudar. Quer dizer, agora já me começa a apetecer outra vez que mude, que isto das mudanças vicia, mas isso dos vícios também não é bom. Quase sempre. Ai, que já estou a atravessar a fronteira de blog e a querer transcender o das trivialidades e passar para o das filosofias. Se fosse assunto que o justificasse, migrava-se o post, mas acho que não é. Talvez. Não por agora.

E como tudo mudava, também os amigos mudaram. E a amiga, provavelmente nunca mais a vi. Falei com ela, pois sim, mas ver com os olhos, só em fotografias. Olhei para as canecas às riscas e pensei: preferia que fossem às florinhas, mas se aqui estão, é porque são para ser para mim. E assim foi. Já lá devem ir cerca de 10 anos. Usei-as e usei-as. Um dia, uma apareceu-me com o bordo um pouco lascado. A minha mãe diz que se deve deitar fora as canecas e os copos assim, mas eu lá entendi que dava para usar sem me aleijar, e tudo continuou como dantes no quartel de Abrantes. Levei-as comigo. Levei-as quando tudo quis voltar a mudar muito. Não me dava muito ao trabalho de comprar canecas só para mim; afinal a família tinha carradas delas que chegavam muito bem. Aquelas eram as únicas que eu havia comprado. E voltei a usar, a usar, a usar, a usar. Até ao dia em que puz uma num bico de fogão avulso. Estava a arrumar as coisas para sair. Havia ainda pouco tempo, eu havia colocado a caneca com o leite a aquecer. E o leite, começou a invadir os meus aposentos. Primeiro, pensei que estava a ver mal. É muito frequente essa reacção nos meus primeiros minutos matinais. Depois, vi que o leite se estava mesmo a esbardalhar e não percebi. Mas afinal, que leite especial de corrida vem a ser este, que ferve em 2 minutos? Quando me aproximei mais, pasmei ao verificar que a caneca não estava suja na parte de cima... ao contrário de tudo o que estava ao redor. Concluí então que a caneca só poderia estar a verter por baixo. Peguei-lhe e esbugalhei os olhos quando percebi que a parte de baixo havia ficado para trás, enquanto a parte de cima havia vindo comigo. A minha mente embaralhou-se verdadeiramente. Não é fácil a minha tarefa quando me colocam estes quebra-cabeças logo de manhã. Mas que raio estava a acontecer? Ao fim de um bocado, a minha mente iluminou-se sem, no entanto, pôr de lado a surpresa. A caneca havia-se partido no sentido de uma das riscas inferiores, já que as riscas eram longitudinais, mas a parte de cima continuava equilibrada sobre a parte de baixo, que havia aderido totalmente ao bico de fogão. Eu de manhã não penso. A quem passa pela cabeça pôr uma caneca directamente num bico a ferver?? A mim. Além de esquecida, começo a tornar-me verdadeiramente perigosa. O mais grave é que no dia anterior havia feito o mesmo exactamente com a mesma caneca e como correra tudo bem, pensei em repetir a proeza (mais grave, portanto, porque já não me posso desculpar com essa do "de manhã eu não penso"). O que vale consegui pensar o suficiente para afastar as tralhas todas susceptíveis de se sujarem no decurso do incidente. Claro que ainda andei de pano da loiça em punho, mas foi menos grave. Como sempre (ou quase), tentei ver a coisa pelo lado positivo. Talvez tenha sido a caneca que estava lascada! Não. Foi mesmo a outra que sofreu o acidente - a que estava inteirinha. Ainda por cima como ficou tão partidinha direitinha, eu descobri que a poderia ter usado para segurar as bandas dos cortinados, pendurada num suporte pela asa. Por outras palavras: foi mesmo só prejuízo. Ainda hoje lá está a manchã no chão, no sítio onde foi o esbardalhamento de leite. Como recordação.

domingo, 4 de março de 2012