sábado, 7 de julho de 2012




Para quando estamos muito inspirados para dar explicações


Facebook


Chego a casa. Primeira coisa que faço, por mais fome ou vontade de fazer xixi que tenha: ligo o computador. Enquanto ele fica a abrir, eu vou aos meus afazeres mais urgentes, assim a correr e depois vou, também a correr, acudir ao computador, ver se há novidades. Não é que tenha grande vontade de xeretar a vida alheia, que foi coisa que nunca me moveu. 

Talvez por me servir de depósito de imagens. Que depois vou lá pescar imagens para colocar nos meus posts dos blogues. Talvez porque tenha notícias de amigos que não vejo há muito. Talvez porque tenha a possibilidade de dar notícias minhas a amigos que não vejo há muito, assim, com apenas um clique, e a muitos ao mesmo tempo. E depois comento coisas sobre os meus amigos mais próximos, e depois inventamos coisas para fazermos e coisas para nos divertirmos. E combinamos sair. E, quando saio, aparecem amigos com coisas de gatos, porque entretanto eu encho os murais de gatos e todos ficam a saber o tamanho da minha obsessão.... depois do facebook, é mais fácil os meus amigos conseguirem agradar-me, definitivamente. 

Quando me sento a conversar com a minha mãe, tenho o facebook à frente e vou publicando tralha. Não era meu hábito interessar-me por pensamentos; era mais notícias e imagens bonitas, mas entretanto comecei a achar piada aos recados; comecei a perceber que é uma maneira interessante de dar a conhecer a nossa forma de pensar aos nossos amigos e vice-versa. 

Mas depois ponho-me a pensar... será que esta gente não se chateia de estar sistematicamente a levar com tralha minha? Dizem as regras da boa conduta que, no face, não se deve entupir o mural das outras pessoas... mas como eu não acredito em regras da boa conduta, e acho que nós devemos simplesmente tentar ter em consideração os sentimentos alheios, honestamente, acho que não se trata de nada prejudicial, pelo que procuro ser selectiva, mas se me der de publicar 500 coisas, publico, e ninguém tem nada a ver com isso. 

Mas o outro dia, quando visitava a minha ex-escola, o meu ex-chefe, que eu não via havia cerca de um ano, disse-me "eu tenho-te visto"; e eu, cá para os meus botões, "ai siim?? onde???"; não tive, no entanto, de me esforçar muito e de espremer muitos neurónios, porque ele esclareceu-me imediatamente, ainda que eu não houvesse verbalizado a minha questão: "no facebook"!

Então, eu pensei imediatamente na solução. Não que houvesse problema, mas sei lá. Criei outro. Não me venham com coisas; um dos principais aspectos positivos do face é poder ter-se 50.  E eu tenho dois (pelo menos). Um deles com aquelas pessoas que eu sei que gostam tanto de mim, que não se enervam de levar com a tralha, e levando com a tralha acabam a ficar mais próximas de mim. 

Conclusão, para eliminar um mal, há que elevá-lo ao quadrado. Ou melhor, não eliminar, prevenir; é como o mal ainda não existe, que as contas não batem certo. Agora, tenho dois browsers abertos, cada um com o seu face, e vá de dar ao botão do rato.

Quem? Eu? Viciada? Não... 

...que ideia.